O "MEU" CINEMA - (Parte 5)
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Acompanhamos (ou seguimos) seriados memoráveis: A Deusa de Jobah, Os Perigos de Nyoka, O Fantasma, O Sombra, O Capitão Marvel, Red Rider, Capitão América... Um seriado inesquecível foi Flash Gordon no Planeta Mongo (com Larry “Buster” Crabbe e Jean Rogers como Dale Arden). Recentemente tivemos a oportunidade de adquirir (a preço de banana, não pirata, diga-se) DVD´s com todos os capítulos dos seriados do Flash Gordon. Revendo-os é que nos damos conta da forma extremamente artesanal como eram feitos, mesmo assim são considerados como os maiores filmes de ficção científica de toda a história do cinema. Personagens e histórias baseadas nas criações do genial quadrinista Alex Raymond. Costuma-se dizer, mais recentemente, que comparado ao cinema, os desenhistas de quadrinhos são ao mesmo tempo, produtores, autores e diretores.
O Capitão Marvel “voava” razoavelmente bem. Na tela do cinema, entretanto, com maior nítidez do que na de TV, era visível uma constrangedora corda sustentando o nosso herói nos seus vôos pela cidade... Fingíamos não ver o que o sustentava, e ainda evitávamos comentar esta falha com outras pessoas, quem sabe para não destruir as nossas próprias ilusões e também não colaborar para o desprestígio do nosso tão estimado herói... Nos filmes “de índio”, por exemplo, eram perfeitamente visíveis tábuas colocadas dentro das camisas dos “bandoleiros” protegendo os atores das flechadas “mortais” dos índios Sioux... Isso também “não víamos”...
Os filmes do Tarzan (Johnny Weissmüller) e sua linda companheira Jane (Maureen O’Sullivan) eram “campeões de bilheteria” entre crianças e adultos. Anunciados, esperava-se ansiosamente pelo grande dia da estréia, sem nenhum direito a reprises. Costumávamos dizer que o interesse dos adultos masculinos era mais em função da Jane do que propriamente nas aventuras de Tarzan, se bem que nós também já admirávamos a beleza de Maureen O´Sullivan... Soubemos mais recentemente da existência do Código Hayes que proibiu Maureen de se exibir com os trajes no estilo de Tarzan, obrigando-a ao uso de um enorme short por baixo do então minúsculo saiote... E assim foi para os filmes seguintes.
Parecia incoerência, mas as crianças, meninos principalmente, adoravam os filmes de terror. Não perdíamos um filme da Múmia (Lon Channey Jr.) Na volta para casa passávamos por uma avenida muito escura, ainda em obras. Qualquer barulhinho ou ruído diferente era um excelente motivo para apressar nossas passadas – quase correndo - no rumo de casa, sem coragem sequer de olhar para trás... (continua)
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Imagem youtube
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